Os melhores filmes da Pixar na opinião do ''Recomendo Filmes''
Por: Rudnei Ferreira
A Pixar Animation Stúdios é atualmente um dos maiores e mais bem sucedidos estúdios de animação do cinema. Fundado em 1979, o estúdio teve como um dos seus financiadores o falecido gênio e magnata Steve Jobs. Seu primeiro filme ''Toy Story'' de 1995 é considerado o primeiro grande filme produzido inteiramente por computação gráfica e foi um marco para o gênero. O que era bom ficou ainda melhor depois que a Walt Disney comprou a Pixar em 2006, pela incrível quantia de 7,4 bilhões de dólares e desde então seus longas e curtas de animação tem alcançado imenso sucesso entre o público e a crítica, além de muitas indicações e vitórias nas mais respeitadas premiações cinematográficas como o Oscar e o Globo de Ouro. Atualmente, pelo menos até a publicação dessa matéria, a Pixar conta com um total de 23 filmes de muito sucesso, alguns deles realmente espetaculares, tanto em questão de roteiro quanto na qualidade das animações.
Pensando nisso, hoje resolvi listar aqueles que eu considero os melhores filmes animados da Pixar, pelo menos até agora. Lembrando que assim como fiz nas minhas listas de ''Melhores Filmes Baseados em Quadrinhos'' e ''Os Melhores Filmes de Terror'', essa lista se baseia na minha opinião pessoal, tudo bem? Dito isso, então vamos lá.
UP: ALTAS AVENTURAS (2009) - DIRIGIDO POR: Peter Docter. COM AS VOZES DE: Jeremy Leary, Jordan Nagai, Christopher Plummer, Elisabeth Docter. 96 minutos.
Começando a lista com aquele que é o meu filme favorito de todos já produzidos pela Pixar. Com um trabalho de animação maravilhoso, personagens cativantes e uma história apaixonante, ''UP'' faz o espectador mergulhar em um turbilhão de emoções ao contar a história de um simpático idoso e uma criança que embarcam por um mundo de aventuras a bordo de uma casa voadora para realizar um antigo sonho. E essa mistura de emoções já começa nos primeiros minutos de filme, cuja a linda história de amor de Carl e Ellie é capaz de arrancar lágrimas até dos mais insensíveis. Logo em seguida, o longa se transforma em uma divertida aventura. E quando está próximo do final, volta a nos fazer chorar de novo. A Pixar tem essa capacidade de mexer com as emoções do público, e com ''UP: Altas Aventuras'', esse talento é explorado da melhor maneira possível.
Vencedor do Oscar de Melhor Filme de Animação, recebendo ainda uma indicação para Melhor Filme, o longa ainda deixa uma bonita mensagem de persistência e determinação, nos incentivando a jamais desistir de um sonho e a viver a nossa vida da melhor maneira possível, dia após dia, como se fosse o último. ''UP: Altas Aventuras'' é um triunfo da Pixar, que diverte e emociona sem jamais decair ou perder a sua qualidade, sendo na minha opinião, a obra insuperável do estúdio até agora.
VIVA: A VIDA É UMA FESTA (2017) - Dirigido por: Adrian Molina e Lee Unkirich. COM AS VOZES DE: Anthony Gonzalez, Ana Ofélia Murguia, Marco Antonio Solis, Benjamin Bratt, Alanna Abach, Gael Garcia Bernal. 109 minutos.
''Viva: A Vida é uma Festa'' tem como principal tema a cultura mexicana e assuntos delicados como a morte, a inveja e a ambição. Porém, a Pixar tem bom senso e sensibilidade e transforma o filme em uma aventura leve, divertida, emocionante e musical capaz de conquistar crianças, jovens e adultos. A jornada do protagonista é fascinante. Visualmente, o filme é muito bonito e a história é cheia de acontecimentos marcantes. Mais uma vez, o estúdio comprova a sua capacidade ilimitada de mexer com o espectador das mais variadas maneiras. Aqueles que apreciam as histórias e a cultura do México ou tem apenas curiosidade, vai gostar muito. Para quem gosta de música, vai se divertir bastante com os números musicais, onde os personagens cantam apenas em momentos pontuais, alguns deles bem emocionantes, sem o excesso de canções a cada minuto. E para quem já perdeu um ente querido, recentemente ou não, é muito provável que o filme te faça chorar, pois tal tema é abordado com muita delicadeza e sensibilidade. Isso sem falar na criatividade absurda do estúdio, tanto para a trama quanto para o visual.
''Viva'', ou no original ''Coco'' levou o Oscar de Melhor Animação muito merecidamente, já que sua história sensível e divertida e seu visual deslumbrante resulta em um dos filmes mais emocionantes e sentimentais da Pixar. É inesquecível desde a primeira a última cena.
DIVERTIDAMENTE (2015) - DIRIGIDO POR: Peter Docter. COM AS VOZES DE: Kaitlyn Dias, Richard Kind, Amy Poehler, Mindy Kaling, Phyllis Smith, Lewis Black, Diane Lane. 102 minutos.
''Divertidamente'' é um salto considerável na criatividade da Pixar. O roteiro oferece ao espectador a oportunidade de imaginar como as nossas emoções agem e funcionam em nossa mente e como as suas ações se tornam as nossas ações. E essas emoções são transformadas em personagens adoráveis e extremamente carismáticos. Indo um pouco mais além, a trama aborda através da sua protagonista temas bem maduros como depressão, melancolia e conflitos familiares, que traçam paralelos certeiros com a proposta do filme. É provavelmente uma das obras mais complexas da Pixar devido ao seu conteúdo, mas não significa que seja difícil de entender ou acompanhar.
No mais, a fórmula presente na maioria dos longas do estúdio marcam presença, como a animação extremante bem feita, as muitas sequências que ficam gravadas na memória e o tom mais emocional capaz de marejar os nossos olhos. Embora com elementos familiares, o filme ainda consegue surpreender com a originalidade e o inesperado. Com tudo isso, ''Divertidamente'' fala de família, amizade e amadurecimento com sensibilidade para aquecer o coração dos pais e dos filhos que assistirem ao longa. É uma pequena obra-prima que se destaca entre tantas outras obras-primas do estúdio.
WALL-E (2008) - DIRIGIDO POR: Andrew Stanton. COM AS VOZES DE: Ben Burtt, Elissa Knight, Jeff Garlin, Marcin Talk, lori Richardson, Teddy Newton. 103 minutos.
Mais um grande sucesso de público e crítica e mais um vencedor do Oscar de Melhor Filme de Animação, ''WALL.E'' é provavelmente o filme mais adulto e sério da Pixar. Mesmo que conte com o típico bom humor presente em praticamente todos os filmes do estúdio e que agrada crianças e adultos, o longa é uma verdadeira aula de conscientização sobre os males que o ser humano está causando ao planeta e o quanto é importante e necessário as mudanças para torná-lo um lugar melhor. A animação é também um verdadeiro espetáculo, utilizando a linguagem cinematográfica de maneira primorosa e ousada como jamais foi visto em um filme do gênero. Logo nos primeiros 40 minutos de filme, o roteiro se arrisca, mas estabelece de maneira impecável a trama e seus personagens sem a necessidade de dizer uma única palavra, homenageando assim os grandes clássicos da era do cinema mudo. A animação espetacular e impecável constrói um fascinante mundo pós apocalíptico que impressiona por conta da riqueza de detalhes. chega a ser assustador de imaginar a possibilidade de um cenário como esse, com moldes tão realistas. Para completar, o filme faz uma crítica social perfeita sobre os avanços tecnológicos e como isso pode ser benéfico e também perigoso para a humanidade. A mistura de gêneros como ficção científica, romance, comédia e drama é bem trabalhada pelo roteiro, o que ajuda até mesmo na construção dos personagens, especialmente o protagonista, que é ótimo. O robozinho WALL.E encanta o público devido ao seu imenso carisma e fofura, assim como a sua companheira e interesse amoroso, a sonda espacial tecnológica EVA.
''Os Incríveis'' consegue a proeza de ser não apenas um dos melhores filmes da Pixar como também é um dos melhores filmes de super-heróis de todos os tempos. O brilhante roteiro constrói muito bem a sua história. Embora sejam uma família de heróis cheia de habilidades e incríveis poderes, os personagens ganham ainda mais a afeição do público por causa do seu lado humano, cheio de falhas e manias, já que são obrigados a viver na sociedade como pessoas normais antes de finalmente entrarem em ação. Os personagens são tão bons que até mesmo os coadjuvantes e o grande vilão funcionam. A animação, embora seja inferior para os padrões de hoje devido aos avanços tecnológicos, é muito bem trabalhada e bonita visualmente, envelhecendo muito bem. Por se tratar de um filme de super-heróis, cenas de ação é o que não faltam e cada uma delas são muito bem realizadas e empolgantes. E o roteiro ainda aborda questões sociais bem interessantes e maduras como relacionamento, convívio familiar, confiança e a importância do trabalho em equipe.
''Toy Story'' de 1995 foi icônico para o cinema de animação em geral e deu origem a uma franquia de imenso sucesso entre o público e a crítica. Embora todos os quatro filmes sejam muitos bons, decidi colocar o terceiro episódio da saga do xerife Woody e seus amigos por ser o filme mais completo em questões de história e personagens. Não que os outros filmes não sejam bem sucedidos nesses quesitos, mas ''Toy Story 3'' se destaca por representar o fechamento de um ciclo. A franquia sempre teve como temas principais as várias fases da vida: a magia da infância, o amadurecimento e transição para a fase adulta, a importância de se tomar decisões na vida e de se valorizar a família e as verdadeiras amizades. E o terceiro capítulo celebra e enaltece tudo isso ao mesmo tempo que entrega um desfecho brilhante para a trilogia principal, satisfazendo aqueles que, como eu, cresceram assistindo esses personagens inesquecíveis e suas histórias cativantes. É também o filme mais sentimental de toda a franquia, onde algumas cenas fizeram e farão muitos marmanjos suarem pelos olhos, como é o caso da inesquecível e tensa sequência do incinerador ou da cena final, cuja a despedida emociona não apenas os personagens mas também o público. Vale destacar a animação, que está perfeita, mostrando o quanto a Pixar evoluiu na tecnologia 15 anos depois do lançamento do primeiro filme e o ótimo trabalho do elenco de vozes, que inclui talentosos astros do cinema como Tom Hanks e Tim Allen.
Lembro muito bem a primeira impressão que tive quando ''Procurando Nemo'' chegou aos cinemas em 2003. Para mim, o longa seria uma perfeita bobagem, pois a premissa não havia chamado a minha atenção. Mesmo assim, decidi ir conferir o filme, e para a minha surpresa, fiquei maravilhado e bem arrependido de ter duvidado da capacidade do longa em me agradar, pois esse foi definitivamente o filme que me convenceu do quanto os realizadores da Pixar são extremamente talentosos e criativos. O diretor Andrew Stanton nos leva por uma aventura fascinante que percorre as mais belas paisagens no fundo do mar da Austrália. É um filme visualmente muito lindo, ficando claro o quanto os seus realizadores estudaram a vida marinha para reproduzir com o máximo de fidelidade nas telas. Mesmo que as várias espécies de peixes que aparecem em cena tenham um visual cartunesco típico de um desenho animado, os detalhes com os demais elementos nos cenários são de cair o queixo de tão perfeitos. Tais elementos foram ainda mais aperfeiçoados na sequência ''Procurando Dory'' lançada 13 anos depois. Mas por conta da animação ter envelhecido tão bem, ''Procurando Nemo'' merece mais reconhecimento. A história fala sobre o amor de um pai e seu filho e o quanto esse amor pode superar qualquer barreira e dificuldade. Com um roteiro que equilibra perfeitamente drama, aventura e comédia, o filme se completa graças aos seus ótimos personagens. Desde os protagonistas até os coadjuvantes, absolutamente todos funcionam, sem exceções. Nemo e seu pai Marlin são adoráveis, onde ambos aprendem uma grande lição ao longo da sua jornada. E a divertida e esquecida peixinha Dory rouba todas as cenas em que aparece, resultando em um dos melhores alívios cômicos da Pixar até hoje.
- OS INCRÍVEIS 2 (2018) - Dir. Brad Bird.
- CARROS (2006) - Dir. John Lasseter.
- PROCURANDO DORY (2016) - Dir. Andrew Stanton.
- MONSTROS S.A (2001) - Dir. Peter Docter, David Silverman.
- TOY STORY: UM MUNDO DE AVENTURAS (1995) - Dir. John Lasseter.
- TOY STORY 2 (1999) - Dir. John Lasseter.
- VIDA DE INSETO (1998) - Dir. John Lasseter.
- VALENTE (2012) - Dir. Brenda Chapman, Mark Andrews.
- SOUL (2021) - Dir. Peter Docter, Kemp Powers.
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