A saga de Robert Langdon (''O Código da Vinci'', ''Anjos e Demônios'' e ''Inferno'') - Analisando!


 Por: Rudnei Ferreira 


Dan Brown é um autor muito talentoso com as palavras e com a escrita. E também um dos mais polêmicos devido a sua ousadia. Suas obras literárias são recheadas de ação e suspense, envolvendo teorias conspiratórias e mistérios bizarros. Dentre todos os seus livros, provavelmente nenhum causou tanta polêmica e alvoroço como foi o caso de ''O Código da Vinci'', enorme sucesso literário de 2003 que irritou a igreja católica por causa do seu conteúdo relacionado ao cristianismo e a figura de Jesus Cristo. No entanto, vários outros títulos de autoria do autor deixaram a sua marca, como foi o caso de ''Anjos e Demônios'' (2000), ''Fortaleza Digital'' (1998), ''Ponto de Impacto'' (2001), ''Origem'' (2017) e ''O Símbolo Perdido'' (2009), todos com histórias eletrizantes tendo como protagonista o perito em símbolos Robert Langdon. Com todo o sucesso e polêmica em torno de ''O Código da Vinci'', Hollywood não perdeu tempo e decidiu adaptar o livro para as telas em um longa metragem estrelado por Tom Hanks e um grande elenco de talentosos atores americanos e franceses. E assim como aconteceu com o livro em que se baseia, o filme dirigido por Ron Howard dividiu opiniões e despertou a fúria dos religiosos que até mesmo tentaram proibir o lançamento do filme no cinema. Porém, isso só contribuiu para que o filme fosse um grande sucesso financeiro, permitindo também que as adaptações de ''Anjos e Demônios'' e ''Inferno''. Uma série baseada no livro ''O Símbolo Perdido'' também foi anunciada, mas esse é assunto para um outro post. 

O foco aqui é a trilogia de filmes estrelada por Tom Hanks e dirigida por Ron Howard, cujo o produtor foi o próprio Dan Brown. Portanto, trago para os meus leitores uma análise pessoal com opiniões sobre os três filmes, cujo os mesmos eu gosto bastante e recomendo a todos aqueles que nunca viram. Dito isso, vamos lá. 


O CÓDIGO DA VINCI (THE DA VINCI CODE - 2006) - Suspense/Drama policial, 149 minutos (versão do cinema), 180 minutos (versão estendida). ESCRITO POR: Akiva Goldsman. DIRIGIDO POR: Ron Howard. ELENCO: Tom Hanks, Audrey Tautou, Paul Bettany, Ian McKellen, Jean Reno, Alfred Molina, Jugen Prochnow, Jean-Yves Berteloot, Jean-Pierre Marielle, Etienne Chicot, Francesco Carnelutti. CLASSIFICAÇÃO: 14 anos. 


O especialista em símbolos Robert Langdon (Tom Hanks) é chamado ao Museu do Louvre em Paris para ajudar a polícia francesa a investigar a misteriosa morte do curador Jacques Sauniére (Jean-Pierre Marielle) que foi assassinado no local. Mal sabe Langdon que o verdadeiro motivo para estar ali é que o Capitão Bezu Fache (Jean Reno) espera extrair dele uma confissão, já que acha que o simbologista é o culpado pela morte do curador. Diante dessa complicada situação em que está sendo acusado por um crime que não cometeu, Robert se une a criptóloga Sophie Neveu (Audrey Tautou) para juntos descobrirem quem esta por trás desse assassinato bizarro, cuja as pistas envolvem as obras de arte de Leonardo Da Vinci. Porém, durante sua perigosa jornada, a dupla acaba esbarrando em uma série de teorias conspiratórias envolvendo a igreja, que durante séculos escondeu uma verdade inimaginável e surpreendente. 

Mesmo que seja um filme totalmente voltado para o entretenimento, ''O Código da Vinci'' não é para todo mundo. E isso se vale por causa do seu conteúdo. Misturando ação, suspense e drama, o longa escrito por Akiva Goldsman (de ''Eu Sou a Lenda'' e ''Uma Mente Brilhante'') e com direção de Ron Howard (de ''Apollo 13'' e ''Han Solo'') causa polêmica por inserir em seu roteiro teorias conspiratórias e segredos envolvendo a igreja católica, além de teorizar alguns mistérios em torno das figuras de Jesus Cristo, Maria Madalena e o Santo Graal. Ou seja: um prato cheio para os conspiracionistas e um gatilho para provocar a ira dos religiosos. Vale ressaltar que a história é ficcional, saída da mente criativa e polêmica de Dan Brown, cuja a intenção foi em sua maioria chocar o público. Mesmo assim, a trama protagonizada por Tom Hanks pode sim desagradar aqueles mais ferrenhos e devotos as sagradas escrituras que compõem a Bíblia.

Por outro lado, aqueles que curtem uma trama cheia de muitos mistérios e investigações irão encontrar uma história fascinante, cujos os enigmas e pistas deixados pelo caminho resultam em um verdadeiro quebra-cabeças cinematográfico onde as peças aos poucos vão se encaixando até chegar a um resultado surpreendente. Claro que o roteiro não é perfeito, já que a trama se torna um pouco confusa em alguns momentos, além de apresentar pequenos furos para quem não é familiarizado com a narrativa do livro. Certas situações são resolvidas graças as facilitações e conveniências. Existem boas sequências de ação, porém, o ritmo do filme flui de maneira natural, calma e sem pressa, o que pode soar meio arrastado para alguns, ainda mais levando em conta a longa duração do filme. Mesmo assim, ao meu ver, a obra tem muita coisa para se gostar dentro da narrativa e algumas cenas são memoráveis, como toda a discussão cheia de diálogos reveladores e de cunho histórico entre os personagens principais sobre os mistérios e teorias em torno da Bíblia, do Santo Graal, de Jesus Cristo, Maria Madalena e também sobre as obras de arte pintadas por Leonardo Da Vinci. Depois do filme, e até mesmo depois do livro, você nunca mais vai ver quadros como a Mona Lisa e A Santa Ceia, ambos de Da Vinci, da mesma maneira. Vale citar o desfecho para a personagem Sophie Neveu e a belíssima cena final envolvendo Robert Langdon e o grande segredo escondido no Museu do Louvre. 






Outros aspectos que merecem a nossa atenção é a cinematografia, onde a direção explora, através dos planos e movimentos de câmera bem executados, os mais belos cenários da França, além dos efeitos visuais que também são muito bons. Por conta do teor sombrio do filme, a fotografia apresenta cores mais escuras e tons amarelados. A trilha sonora do mestre Hans Zimmer é épica e misteriosa e combina muito bem com a proposta do longa. 

Tom Hanks, na pele do simbologista Robert Langdon, traz o talento de sempre. O ator transmite com muita naturalidade e verdade toda a inteligência, carisma e importância do protagonista, convencendo como um respeitado acadêmico amante de símbolos.  Ao seu lado, está outros grandes nomes como Paul Bettany, Alfred Molina e o veterano Ian McKellen, além de famosos nomes do cinema francês como a graciosa Audrey Tautou, a eterna ''Amelie Poulain'' e o competente Jean Reno, ambos muito bem em seus respectivos papeis. 








''O Código Da Vinci'' é polêmico e controverso, mas ainda assim, envolvente, misterioso, criativo e surpreendente. Um suspense policial dramático cheio de grandes surpresas que até mesmo serve de incentivo para que o público procure conhecer mais sobre os temas abordados na trama. É um filme para se assistir de mente aberta, pois ai está o grande segredo do entretenimento.

Nota: ★★★★★★★★ 8



ANJOS E DEMÔNIOS (ANGELS & DEMONS - 2009) - Ação/Suspense, 146 minutos. ESCRITO POR: Akiva Goldsman e David Koepp. PRODUZIDO E DIRIGIDO POR: Ron Howard. ELENCO: Tom Hanks, Ayelet Zurer, Ewan McGregor, Stellan Skarsgard, Thure Lindhartd, Pierfrancesco Favino, Nikolaj Lie Kaas, Armin Mueller-Stahl, Cosimo Fusco. CLASSIFICAÇÃO: 16 anos. 


Um ano depois dos acontecimentos vistos em ''O Código da Vinci'', Robert Langdon (Tom Hank) é chamado para ir até a Cidade do vaticano, para ajudar a solucionar o misterioso desaparecimento de quatro cardeais que foram sequestrados pouco tempo depois da morte do Papa. Com a ajuda da cientista Vittoria Vetra (Ayelet Zurer), Langdon segue uma série de pistas que poderão levar até a salvação dos cardeais ao mesmo tempo em que todos se veem diante da terrível ameaça de uma bomba com poder suficiente para dizimar a Cidade do Vaticano e que também precisa ser encontrada antes que o seu tempo acabe. Será uma corrida alucinante contra o tempo, cheia de surpresas e emoções. 

O livro ''Anjos e Demônios'' foi lançado muito antes de ''O Código da Vinci'' e narra a primeira aventura de Robert Langdon. No entanto, como ''O Código da Vinci'' foi adaptado primeiro para as telas do cinema, o roteiro do filme ''Anjos e Demônios'' passou por uma pequena modificação para ser uma sequência direta do filme de 2006. E felizmente, na minha opinião, essa modificação para se adequar ao cinema funciona muito bem e dentro da proposta do filme faz sentido. Dito isso, a segunda adaptação cinematográfica comandada por Ron Howard traz basicamente as mesmas características do longa anterior: teorias da conspiração e mistérios envolvendo a igreja, dignos de causar polêmicas mais uma vez, investigação policial, uma boa dose de suspense e toda a inteligência, importância e poder interpretativo do seu protagonista. Mesmo que não seja exatamente inovador em sua proposta, o roteiro ainda se permite trazer algumas diferenças. A principal delas talvez seja em relação ao ritmo. No filme anterior, muitos criticaram o tom arrastado e com poucas cenas de ação. Felizmente, Ron Howard corrigiu isso e faz de ''Anjos e Demônios'' um filme mais movimentado, energético, objetivo e repleto de ação. O espectador presencia poucos momentos sem nada acontecendo, já que a todo momento, alguma coisa frenética e eletrizante acontece em cena, em um ritmo de tirar o fôlego. Nesse aspecto, o filme leva uma vantagem positiva em cima do seu antecessor de 2006. 

Mesmo com toda a ação acontecendo, a narrativa ainda encontra tempo para se explicar através dos diálogos, mais uma vez cheios de informações importantes e cunho histórico, até mesmo como uma forma de explicar para o espectador qual será o próximo passo seguinte. Deixando de lado os segredos por trás da Bíblia, a aventura dessa vez foca nos Illuminati, a sociedade secreta que de acordo com alguns conspiradores, domina o mundo atual, infiltrada na maioria das organizações existentes. A história constrói uma trama interessante envolvendo essa misteriosa sociedade e a igreja. O filme aborda os conflitos entre a fé, religião e suas visões diferentes e contrárias uma da outra. No entanto, a história não deixa de ressaltar o quanto as duas são importantes, mesmo que ambas tenham as suas falhas, o que acaba incentivando um debate interessante para o público. Assim como foi no caso de ''O Código da Vinci'', o roteiro de ''Anjos e Demônios'' comete seus deslizes, como as conhecidas conveniências e facilitações narrativas, chegando ao ponto de determinados acontecimentos soarem clichês e previsíveis. Não é nada que tire a diversão do filme, mas são perceptíveis. Isso sem contar as várias modificações e diferenças em relação ao livro, o que pode incomodar aqueles que leram as páginas escritas por Dan Brown. Algumas mudanças realmente me soaram estranhas, mas mesmo assim, continuei gostando do filme e sua proposta de contar a história sobre o ponto de vista cinematográfico. 






A direção bem executada de Ron Howard garante algumas sequências realmente muito boas de ação. Algumas delas inclusive impressionam pela violência mais gráfica. Os mistérios são bem trabalhados e o filme tem elementos suficientes para manter o público envolvido com a trama. Visualmente, é um filme muito bem feito. Enquanto em ''O Código da Vinci'' muitas cenas foram gravadas em cenários e locações reais, ''Anjos e Demônios'' recria muita coisa através de efeitos digitais. Embora ainda dê para perceber quando é digital ou não, o trabalho de reconstituição é competente e impressionante nos detalhes. O que era bom ficou melhor, já que o grande Hans Zimmer pega a trilha sonora épica utilizada em ''O Código da Vinci'' e a amplia, deixando-a ainda mais épica. Embora a fotografia seja um pouco escura em determinados momentos, o filme no geral é bem fotografado. Mesmo assim, é legal de ver alguns efeitos da iluminação, como é o caso de uma claustrofóbica cena nos arquivos do vaticano. Ainda falando nos efeitos digitais, outro grande momento retrata os efeitos da bomba de antimatéria nos minutos finais do longa, sendo um belo exemplo do recurso digital bem empregado. 

Pela segunda vez na pele do protagonista, Tom Hanks parece estar mais a vontade e se divertindo mais em sua interpretação como o inteligente Robert Langdon. O roteiro amplia os nossos conhecimentos sobre ele e explora detalhes sobre a sua figura até então não apresentados no filme anterior, tendo como exemplo o caso da sua visão sobre Deus e a religião. Com o carisma de sempre, o experiente ator mais uma vez não decepciona. Repetindo o fato de Langdon ter como parceiro de aventura uma figura feminina, quem assume o lugar de Audrey Tautou é a israelense Ayelet Zurer. Ambos tem uma boa química juntos, e assim como Hanks, a atriz é talentosa. Embora esteja longe de ser o seu papel mais marcante, Ewan McGregor está bem como o Carmelengo do Papa. Carismático e misterioso, o personagem é o responsável pelo grande Plot Twist do filme, além de apresentar alguns segredos interessantes em torno de si. Os demais membros do elenco também se destacam. Entre eles, o veterano Stellan Skarsgard, igualmente cercado de mistérios, Armin Mueller-Stahj, cuja a sua figura sábia e enigmática chama a a atenção e Nicolaj Lie Kass, que ao dar vida ao vilão, se transforma naquele que é provavelmente o melhor antagonista da trilogia em geral. Cada um desses personagens de apoio despertam teorias e questionamentos, gerando no público a constante dúvida se alguém pode estar escondendo ou não alguma coisa. 





  Embora possua a mesma fórmula do seu antecessor, ''Anjos e Demônios'' se destaca por ser mais frenético, vigoroso e objetivo, o que o torna um filme bem superior ao ''O Código da Vinci''. No entanto, essa sequência preserva o legado deixado pelo filme de 2006, tornando tudo melhor. Como adaptação, pode ser que  deixe a desejar por causa das suas diferenças com o material original de Dan Brown. Mas como um filme de ação, mistério e suspense, é um entretenimento que merece ser conferido. 

Nota: ★★★★★★★★★ 9



INFERNO (2016) - Ação/Suspense, 121 minutos. ESCRITO POR: David Koepp. PRODUZIDO E DIRIGIDO POR: Ron Howard. ELENCO: Tom Hanks, Felicity Jones, Irrfan Khan, Sidse Babett Knudsen, Omar Sy, Ben Foster, Ana Ularu, Ida Darvish. CLASSIFICAÇÃO: 14 anos. 


O simbologista Robert Langdon (Tom Hanks) acorda em um hospital sem memória. Com ele, foi deixado um misterioso objeto contendo uma cópia da famosa obra ''O Inferno de Dante''. Isso desencadeia uma série de mistérios e enigmas que exigirão mais uma vez da capacidade intelectual do professor para serem desvendados. Unindo-se a jovem médica Sienna Brooks (Felicity Jones), Langdon vai de um lugar a outro para desvendar esses mistérios ao mesmo tempo que precisa correr contra o tempo para impedir que um perigoso vírus desencadeie uma pandemia global, colocando em risco milhões de vidas. 

Se ''Anjos e Demônios'' tem familiaridade com ''O Código da Vinci'', por outro lado, ''Inferno'' bebe da fonte de ambas as obras. Não é inovador e muito menos diferenciado. Pelo contrário. A cada acontecimento, a sensação que fica é que já vimos isso nos filmes anteriores, e isso é um fato. A fórmula é a mesma, no mesmo ritmo e na mesma pegada. O que realmente muda são apenas os personagens e certas situações. De resto, é tudo familiar e clichê. Mesmo assim, como filme, ''Inferno'' funciona bem, entregando uma boa trama de ação, mistério e suspense nos mesmo moldes de ''O Código da Vinci'' e ''Anjos e Demônios'', porém, sem ser polêmico e controverso como esses dois filmes foram. Já como adaptação, ele deixa a desejar, pois o roteiro modifica, inventa e altera muitas coisas do livro de Dan Brown. ''Anjos e Demônios'' também fez isso, mas em menor escala, preservando bastante coisa do livro. E ''O Código da Vinci'', embora tenha suas mudanças, é uma adaptação mais fiel. Já aqui, as mudanças devem incomodar aqueles que leram o livro ''Inferno''. O longa sofre também com o estigma das trilogias, onde o terceiro filme é sempre o mais fraco. Embora conte uma boa história e eu tenha gostado do que vi e acompanhei, ela é menos cativante do que aquela que gira em torno dos mistérios da Bíblia ou aquela envolvendo uma poderosa bomba que promete dizimar o Vaticano. E olha que uma história envolvendo a propagação de um vírus sempre chama a atenção. No entanto, a narrativa desse terceiro capítulo não consegue ser tão impactante, mas não impede que ''Inferno'' tenha elementos suficientes para divertir e entreter ao longo de suas 2 horas de duração. 







 O filme é sim clichê e traz mais do mesmo. Mesmo assim, gostei bastante, afinal, essa é a sua proposta. Porém, se tem uma coisa que me incomodou foram as várias facilitações e conveniências do roteiro. Os dois filmes anteriores tem isso, mas aqui, vai um pouco longe demais. Robert Langdon e sua parceira Sienna Brooks passam o filme todo sendo perseguidos por organizações secretas ou governamentais. E mesmo que eles corram, fujam e se escondam, seus perseguidores parecem sempre saber onde eles vão, onde estão, onde vão estar e o que vão fazer, quase como se tivessem o dom da adivinhação. Outra falha do roteiro, na verdade um furo, envolve o personagem Ignazio Busoni, amigo de Langdon na trama. O personagem tem sua importância dentro da história, mas no fim, ele simplesmente é deixado de lado sem nenhuma explicação. Pode parecer que eu não gostei do filme, o que não é verdade. Gostei sim, e mesmo com esse problemas, ele me manteve interessado e envolvido com a sua trama e seus personagens a todo instante. 

No mais, ''Inferno'' segue os padrões dos filmes anteriores e acerta em outros aspectos cinematográficos como o design de produção, edição, montagem e a boa direção que cria momentos visualmente interessantes. Como a história está sempre em constante movimentação, as cenas de ação são bem dirigidas e empolgam pela urgência em seus movimentos, com bons planos de câmera e enquadramentos operantes. A trilha sonora, mais uma vez sob o comando do mestre Hans Zimmer, é mais agitada, porém, traz vislumbres do tom épico utilizado nos dois filmes anteriores. É o filme com mais efeitos digitais da trilogia. Mesmo perceptíveis, eles servem o seu propósito. O roteiro pode não ser perfeito, mas no quesito audiovisual, Ron Howard acerta mais uma vez. 






A essa altura, Tom Hanks já conhece bem o personagem. No entanto, essa é sua atuação menos inspirada na pele de Robert Langdon. Não entenda mal, o ator está bem e só a sua presença é motivo mais do que suficiente para querer conferir o filme. No entanto, o personagem parece menos enérgico e mais contido. Todos os seus diálogos voltam a ser alto explicativos, para que o público fique por dentro de tudo. Na medida do possível, Robert Langdon continua mandando bem com suas habilidades e conhecimento. Como de praxe, o professor tem uma nova parceira ao seu lado. A escolhida da vez é Felicity Jones. Embora seja uma boa atriz, aqui, ela não convence tanto quanto as outras companheiras de Langdon, sem ter o carisma de Audrey Tauton e Aylet Zurer. Mesmo assim, a personagem apresenta um bom desenvolvimento e uma reviravolta interessante no fim. Os demais membros do elenco de apoio, embora sem surpreender em suas performances e com personagens apenas operantes, funcionam. Destaque para Omar Sy, Ben Foster, Sidse Babett Knudsen e o saudoso Irrfan Khan. Todos eles, assim como a dupla de protagonistas, movimentam relativamente bem a trama. 

''Inferno'' é o filme mais fraco da trilogia iniciada com ''O Código da Vinci'' e o menos impressionante. Mas na medida do possível garante um bom entretenimento com boas doses de ação, suspense, mistério e investigação. Embora não saia da zona de conforto da franquia por ser bem familiar e semelhante, ainda assim é um filme que vale bastante a pena acompanhar. 

Nota: ★★★★★★★



CURIOSIDADES: 

O CÓDIGO DA VINCI (2006)

  • O criador da série ''24 Horas'', Joel Surnow, tinha o interesse de que a história do livro ''O Código da Vinci'' servisse de base para a terceira temporada do seriado. Ele chegou a pedir ao produtor, Brian Grazer, que adquirisse os direitos de adaptação do livro. Dan Brown, o autor da obra, recusou as propostas de compra, alegando que ele não queria que o seu livro fosse adaptado para a televisão.
  • Depois que a Sony Pictures comprou os direitos da obra por 6 milhões, Brian Grazer foi chamado para produzir a história para o cinema. 
  • Os atores Russel Crowe, Hugh Jackman, Ralph Fiennes e George Clooney foram considerados para dar vida ao protagonista Robert Langdon. No entanto, segundo o próprio diretor Ron Howard, o ator ideal para interpretar o simbologista era Bill Paxton. No entanto, o ator recusou o papel por causa de conflitos na agenda. Por fim, Tom Hanks assumiu o projeto. 
  • ''O Código da Vinci'' marca a terceira parceria entre o diretor Ron Howard e o ator Tom Hanks. Os dois já haviam trabalhados juntos nos filmes ''Splash: Uma Sereia em Minha Vida'' (1984) e ''Apollo 13: Do Desastre ao Triunfo'' (1995).
  • É também o segundo filme em que o diretor e o ator Paul Bettany trabalharam juntos. O primeiro foi o vencedor do Oscar ''Uma Mente Brilhante'' (2001).
  • O governo francês concedeu a equipe de filmagem a permissão para gravar algumas cenas no verdadeiro Museu do Louvre. No entanto, não foi permitido usar qualquer tipo de iluminação artificial no quadro da Mona Lisa. Para rodar as cenas de sua aparição no filme, foi utilizado uma réplica da obra. 


ANJOS E DEMÔNIOS (2009)

  • É a quarta contribuição para o cinema entre o diretor Ron Howard e o ator Tom Hanks. 
  • ''Anjos e Demônios'' foi o primeiro de tantos outros filmes com grande orçamento que sofreu com a greve dos roteiristas de Hollywood em 2007. Como resultado, o roteirista Akiva Goldsman não conseguiu terminar o roteiro no prazo estabelecido pelo estúdio, o que fez com que as filmagens fossem adiadas. 
  • Antes da atriz israelense Ayelet Zurer, seria a atriz Naomie Watts que daria vida nas telas a personagem Vittoria Vetra. 
  • Como a equipe de filmagens não conseguiu obter autorização do Vaticano para gravar algumas cenas, foi necessário recriar a Praça de São Pedro inteira através de efeitos digitais. 
  • O ator Thure Lindhardt chegou a fazer testes para interpretar o monge assassino Silas em ''O Código da Vinci''. Porém, ele não foi aceito e seu lugar foi ocupado por Paul Bettany. No entanto, o diretor Ron Howard gostou tanto do seu desempenho que o convidou para interpretar o segurança Chartrand em ''Anjos e Demônios''. 


INFERNO (2016)

  • Para evitar competir com ''Star Wars: O Despertar da Força'' nas bilheterias, o filme teve sua estreia adiada em 10 meses. Originalmente programado para dezembro de 2015, o longa estreou apenas em outubro de 2016. 
  • ''Inferno'' foi concebido para ser a terceira adaptação de uma obra literária escrita por Dan Brown. No entanto, o livro é o quarto volume sobre a saga do simbologista Robert Langdon. 
  • O Longa foi gravado em Istambul, na Turquia e em cidades da Itália como Florença e Veneza. 


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