Minority Report: A Nova Lei (2002) - Análise - Uma brilhante ficção científica do mestre Steven Spielberg!
Steven Spielberg é simplesmente um dos diretores mais aclamados e talentosos do cinema. Responsável por definir o que é o cinema Blockbuster, o cineasta americano também sabe fazer filmes com uma temática mais séria e dramática. Um dos gêneros onde o diretor se destacou muito bem foi a ficção científica. ''Contatos Imediatos de Terceiro Grau'' (1977), ''ET: O Extraterrestre'' (1982), ''A.I: Inteligência Artificial'' (2001), ''Guerra dos Mundos'' (2005) e o mais recente ''Jogador Nº 1'' (2018) estão ai para provar isso. Mas um entre esses grandes sucessos do gênero comandados pelo diretor se destaca e merece atenção.
E se existisse um modo de prever os crimes antes que eles acontecessem, para assim poder evitá-los? quais seriam as causas e consequências disso? é exatamente essa a proposta de ''Minority Report'', ou como ficou conhecido no Brasil, ''A Nova Lei'', um filmaço lançado em 2002 sob a direção do mestre Spielberg. Com um modesto sucesso nas bilheterias, mas que pagou o seu orçamento de 102 Milhões, foi também um dos filmes mais bem elogiados pela crítica, que destacou seu visual, as atuações e o roteiro, além de ser indicado ao Oscar de ''Melhores Efeitos Visuais''. Um dos melhores trabalhos que fazem parte do vasto currículo do diretor e que vale muito a pena conferir.
A história se passa no futuro ano de 2054, onde um novo sistema ultra avançado possui a capacidade de prever um futuro crime antes mesmo dele acontecer, o que permite que a polícia chegue a tempo de evitar que tal crime ocorra. No meio disso, está o detetive John Anderton (Tom Cruise), um dos principais agentes de combate ao crime, que acaba descobrindo um assassinato onde ele mesmo é o assassino. Suspeitando que tenha sido vítima de uma armação ou que o sistema se mostrou falho, John agora precisa correr contra o tempo para provar sua inocência.
Ao longo de suas quase 02h30m, Steven Spielberg nos entrega em ''Minority Report'' uma trama envolvente, imersiva e cheia de mistério e surpresas, com uma história que mistura suspense investigativo e ficção científica do mais alto nível e da mais alta qualidade. Através um roteiro inteligente, ágil e bem desenvolvido, o longa convida o espectador a mergulhar nesse universo, decifrando as pistas em busca de respostas, nos deixando fascinados com o que estamos vendo na tela. Spielberg cria uma trama fantasiosa, mas com um tom sombrio e bem sério, que além de nos envolver com sua narrativa, ainda levanta reflexões sobre como será o futuro e seus avanços tecnológicos. A própria ideia principal apresentada pelo roteiro gera um fascínio, nos fazendo supor e imaginar como será no futuro que ainda teremos pela frente. Além disso, a história traz um drama familiar sobre culpa, vícios e até mesmo perdão, mostrando que algumas coisas podem ser irreversíveis e até mesmo inevitáveis, mesmo que tivéssemos em nossas mãos a capacidade de mudar o nosso futuro. No fim, algumas coisas já estão escritas para serem daquela determinada maneira. E o filme trabalha muito bem com essa premissa.
Na questão de qualidade visual e de produção, o filme é um autêntico exemplar digno de ser dirigido por Steven Spielberg. As ideias geniais propostas pelo roteiro são trazidas para a tela com um nível de qualidade de bater palmas e de cair o queixo. A criação de mundos, imaginando o futuro no ano de 2054 é espetacular, demonstrando a criatividade de seus realizadores e o cuidado com os belos cenários que são resultados de uma ótima cenografia e efeitos visuais ultra realistas, o que torna tudo muito convincente e real, como se o longa realmente tivesse sido rodado no futuro. Efeitos visuais esses que, devido a sua qualidade e realismo, trazem conceitos visuais que lembram filmes como ''Blade Runner: o caçador de androides'' de Ridley Scott e até mesmo ''A.I: Inteligência Artificial'' do próprio Steven Spielberg.
O estilo único e reconhecível do diretor é muito perceptível aqui, através de seus planos de câmera com movimentos suaves e que deslizam pelos ambientes ou em torno dos personagens junto com os bons enquadramentos. A fotografia típica, presente em outras obras de Spielberg, aposta numa paleta de cores com variadas tonalidades e uma iluminação forte que envolve os personagens com muita elegância, ora em torno deles, ora focando apenas em suas silhuetas, contribuindo para o clima meio sombrio do filme. As cenas são muito bem montadas e bem editadas e o design de som, principalmente na ação, causa o impacto necessário. A trilha sonora, resultado de mais uma parceria entre o genial John Williams e o diretor Steven Spielberg, traz o misto perfeito de suspense, drama, urgência e melancolia. Mais uma vez, é o uso perfeito dos recursos audiovisuais que fazem parte da filmografia de Spielberg.
No elenco de grandes talentos, Tom Cruise se destaca como um homem que sofre pela culpa e se responsabiliza por uma perda pessoal, mas que procura ser um cara correto a favor do bem. Com o carisma de sempre e a boa presença em cena, o astro está muito competente. Dividindo a tela com ele está a ótima e talentosíssima Samantha Morton. Com uma personagem misteriosa, cheia de camadas e bom desenvolvimento e de extrema relevância para a trama, a atriz da um show e entrega uma performance hipnotizante. E o elenco de apoio também marca com boas participações, com nomes como Colin Farrell, Peter Stormare, Kathryn Morris e o veterano Max Von Sydow.
''Minority Report'' é um conto sombrio, fascinante, imersivo, envolvente e cheio de suspense e surpresas. Com um excelente trabalho visual, atuações de qualidade e um roteiro caprichado, o filme se completa com a direção dedicada e entregue do mestre Steven Spielberg, que traz aqui um dos seus melhores trabalhos. Icônico e marcante, ''A nova lei'' merece ser reconhecido como um clássico moderno do gênero.
Nota: ★★★★★★★★★★ 10
MINORITY REPORT: A NOVA LEI (MINORITY REPORT - 2002) - Ação/Suspense/Ficção Científica, 146 Minutos. / DIRIGIDO POR: Steven Spielberg. - ELENCO: Tom Cruise, Samantha Morton, Daniel London, Colin Farrell, Max Von Sydow, Neal McDonough, Kathryn Morris, Lois Smith, Peter Stormare. CLASSIFICAÇÃO: 14 Anos. NOTA NO ROTTEN TOMATOES: 90%
Indicado ao Oscar:
Melhores Efeitos Visuais
Indicado ao prêmio BAFTA:
Melhores Efeitos Visuais
Indicado ao prêmio César:
Melhor Filme Estrangeiro
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