Franquia ''Jurassic Park'' - Análise - Diversão pré-histórica!


 Por: Rudnei Ferreira 


Michael Crichton (1942 - 2008) foi considerado um dos maiores romancistas da literatura mundial, além de ser médico, roteirista, produtor e diretor de cinema. Crichton ficou conhecido principalmente por se aprofundar no gênero da ficção científica, sendo que suas obras venderam mais de 200 milhões de exemplares no mundo todo. No dia 20 de novembro de 1990, o autor americano publicou aquele que seria considerada uma de suas obras mais conhecidas. ''Jurassic Park'', ou como ficou conhecido no Brasil, ''O Parque dos Dinossauros'' vendeu milhares de cópias e se tornou uma das obras literárias mais importantes já inscritas. Crichton também escreveu um segundo livro em 1995 intitulado ''The Lost World'', no Brasil, conhecido como ''O mundo Perdido''. Ambos os livros fizeram um imenso sucesso entre público e críticos literários, deixando o nome de Michael Crichton bastante conhecido e referenciado. 

Devido a boa aceitação do primeiro livro, era esperado que a obra uma hora ou outra fosse adaptada para o cinema. E felizmente, isso aconteceu. Três anos depois de sua publicação, o diretor Steven Spielberg, responsável por algumas das melhores produções cinematográficas já feitas como ''Tubarão'', ''Contatos imediatos de terceiro grau'', ''ET: O extraterrestre'', entre outros, decidiu levar para as telas grandes dos cinemas uma adaptação fílmica, tendo o próprio Michael Crichton como roteirista. A partir dai, era dado início a uma das maiores, mais lucrativas e mais divertidas franquias do cinema, que ajudou a redefinir o cinema Blockbuster. Com cinco filmes já lançados e um sexto filme programado para 2022, confira nessa matéria uma análise de todos os filmes da franquia jurássica mais famosa do cinema. 



JURASSIC PARK: O PARQUE DOS DINOSSAUROS (JURASSIC PARK - 1993) - Aventura/suspense/ficção científica, 126 Minutos. / Direção: Steven Spielberg. - ELENCO: Sam Neill, Laura Dern, Jeff Goldblum, Richard Attenborough, BD Wong, Ariana Richards, Joseph Mazzello, Wayne Knight, Samuel L. Jackson. CLASSIFICAÇÃO: 12 Anos. NOTA NO ROTTEN TOMATOES: 91%



John Hammond (Richard Attenborough), um excêntrico milionário, dono de uma gigantesca companhia científica, convida os paleontólogos Alan Grant (Sam Neill) e Ellie Sattler (Laura Dern) para conhecerem um gigantesco parque de diversões habitado por várias espécies de Dinossauros em uma ilha isolada na Costa Rica, trazidos de volta a vida através do DNA recuperado de antigos fósseis. Tudo parecia ir bem, até que algo dá errado e os Dinossauros fogem do controle de seus criadores, ficando espalhados por toda a ilha e colocando em risco o grupo de pessoas liderado pelo Dr. Grant. Começa então uma corrida desesperada pela sobrevivência em um ambiente hostil cercado dessas terríveis feras pré-históricas. 





''Jurassic Park'' rapidamente se tornou um verdadeiro fenômeno e fez muito sucesso entre público e crítica. Steven Spielberg, familiarizado com histórias que misturam aventura, fantasia e ficção científica, esta absolutamente a vontade aqui. O diretor tem total controle da situação e sua direção competente conduz a história com um excelente ritmo e muita naturalidade. O roteiro é ágil, inteligente, reflexivo e divertido e a mistura de gêneros é brilhantemente bem trabalhada, sendo que tudo apresentado em cena funciona e convence. Tudo tem seu momento certo para acontecer, em sequências que nos fazem rir, se emocionar, ficar tenso e também deslumbrado. 





Mais do que divertir, ''Jurassic Park'' traz uma importante reflexão sobre a arrogância do ser humano em querer brincar de Deus, desrespeitando completamente a lei natural das coisas. E no final, tudo pode dar errado. Além do bom roteiro, temos aqui um visual sensacional, com efeitos visuais revolucionários para a época e que envelheceram muito bem, graças a mistura bem equilibrada de bons efeitos digitais e muitos efeitos práticos. Isso traz os Dinossauros mais perfeitos e realistas já levados para as telas, que assustam e possuem muita presença em cena, além de uma excelente construção de cenários e ambientes com um visual pré-histórico interessante. O elenco conta com ótimas atuações de veteranos como Sam Neill, Laura Dern e Jeff Goldblum e todos eles dão vida a personagens inesquecíveis e marcantes. 







Vencedor de 3 merecidos Oscar, ''Jurassic Park'' é espetacular desde a primeira a última cena. É um dos filmes que define o cinema Blockbuster e vai além de um simples entretenimento. É inteligente, divertido, empolgante e inesquecível, méritos de um ótimo roteiro e da excelente direção de um dos maiores diretores de todos os tempos. Mesmo com mais de vinte anos de seu lançamento, é um longa que se mantém atual e relevante. De uma maneira geral, todos os cinco filmes são bons, mas esse primeiro filme se mantém insuperável, sendo, na minha opinião, o melhor filme da franquia. 

Nota: ★★★★★★★★★★ 10



O MUNDO PERDIDO: JURASSIC PARK (THE LOST WORLD: JURASSIC PARK - 1997) - Aventura/Suspense/Ficção Científica, 130 Minutos. / DIREÇÃO: Steven Spielberg. - ELENCO: Jeff Goldblum, Juliane Moore, Richard Attenborough, Vince Vaughn, Vanessa Lee Chester, Ariana Richards, Joseph Mazzello, Pete Postlethwaite, Peter Stormare, Richard Schiff, Arliss Howard. CLASSIFICAÇÃO: 12 Anos. NOTA NO ROTTEN TOMATOES: 51%



Quatro anos se passaram desde o terrível incidente no parque dos dinossauros. O cientista Dr. Ian Malcolm (Jeff Goldblum), um dos sobreviventes do ocorrido, procura seguir normalmente com sua vida, tentando superar os traumas do incidente que quase custou sua vida. Porém, quando sua namorada, a Dra. Sarah Harding (Juliane Moore) decide se aventurar sozinha na ilha Sorna, na Costa Rica, Ian reúne um grupo de especialistas na intenção de salvá-la. Ao chegar lá, eles acabam descobrindo um plano sombrio e ganancioso envolvendo os dinossauros soltos no local. 




A sequência do aclamado sucesso de 1993 fez bem nas bilheterias, mas foi recebido com críticas mistas pelos especialistas. Não que isso torne ''O mundo perdido'' um filme ruim, o que de fato não é. Ele é apenas inferior ao seu antecessor. Contando mais uma vez com a direção de Steven Spielberg e com roteiro mais uma vez baseado na obra de Michael Crichton, o filme traz um enredo mais sombrio, violento e assustador que seu antecessor, porém, sem deixar de lado o clima de aventura presente na obra de 1993. O longa ostenta a excelente qualidade técnica vista no filme anterior. Os efeitos visuais continuam de altíssimo nível, com seus dinossauros realistas, fascinantes e ameaçadores. A criação de mundos é muito boa e o roteiro ainda brinca e faz referências a outros monstros marcantes do cinema como ''King Kong'' e ''Godzilla''. 




O elenco é sensacional, trazendo de volta Jeff Goldblum, reprisando seu personagem do primeiro filme, além de outros bons atores como a diva Juliane Moore, Vince Vaughn, Pete Postlethwaite, entre outros, todos competente e fazendo um bom trabalho nas atuações. Talvez o principal ponto que torne esse um filme inferior é que a história e os personagens não conseguem ser tão interessantes quanto aquela vista no longa anterior. Mas é claro, o filme não deixa de ter grandes momentos, garantindo algumas sequências realmente empolgantes e que divertem o espectador.

''O mundo perdido: Jurassic Park'' não chega aos pés da grandiosidade de seu aclamado antecessor. Porém, ainda é um bom filme, com seus momentos de destaque, boas atuações e uma qualidade de produção de encher os olhos. E é claro, ainda temos a sempre competente direção do mestre Steven Spielberg. É um entretenimento que vale a conferida, garantindo um pouco mais de duas horas de um bom passatempo. 

Nota: ★★★★★★★ 7



JURASSIC PARK 3 (2001) - Aventura/Ficção Científica, 95 Minutos. / DIREÇÃO: Joe Johnston - ELENCO: Sam Neill, Laura Dern, Tea Leoni, William H. Macy, Alessandro Nivola, Trevor Morgan, Michael Jeter. CLASSIFICAÇÃO: 12 Anos. NOTA NO ROTTEN TOMATOES: 49%



 Oito anos depois de sobreviver aos terríveis acontecimentos no Parque dos Dinossauros, o paleontólogo Dr. Alan Grant (Sam Neill) é convidado pelo casal Amanda e Paul Kirby (Téa Leoni e William H. Macy) a sobrevoar a Ilha Sorna, o sítio B onde está concentrada várias espécies de dinossauros que não foram exibidos no Parque dos Dinossauros. Mal sabe Grant que a verdadeira intenção do excêntrico casal é resgatar o seu filho Eric (Trevor Morgan) que está desaparecido na ilha há longo dois meses. Circunstâncias fazem com que todos também fiquem presos no local, o que obriga o Dr. Grant mais uma vez a lutar para escapar com vida dos animais pré-Históricos soltos na ilha, especialmente diante de um grupo de ágeis, inteligentes e perigosos Velociraptores e um gigantesco Spinosaurus.  






Mesmo sem a genialidade de Steven Spielberg, que aqui ocupa apenas a função de produtor executivo, o competente Joe Johnston (Capitão América: o primeiro vingador) sabe dirigir boas sequências de ação e também sabe criar um bom clima de tensão e aventura. Ele inclusive procura referenciar o diretor do primeiro ''Jurassic Park'', com seus movimentos de câmera e enquadramentos.  Depois da trama mais séria e sombria presente no filme anterior, ''Jurassic Park 3'' traz uma história bem simples, direta e sem complicações, visando em agradar um público que espera uma aventura cheia de correria e tensão envolvendo uma ilha cheia de dinossauros. Nesse ponto, o filme não inova, lembrando bastante a pegada dos dois primeiros filmes, porém, ainda mais simplória, pois o filme se vende unicamente por isso. Visualmente, ''Jurassic Park 3'' conserva a qualidade que é a marca registrada da franquia. Os efeitos visuais continuam muito bons, mantendo a mistura perfeita entre CGI e efeitos práticos. Claro que em alguns momentos, os efeitos digitais são bem perceptíveis, algo que é mais difícil de perceber nos filmes anteriores, mas no geral, continuam de alta qualidade. Toda a ambientação em torno da ilha Sorna é bem feita, dando a genuína sensação de um local perigoso e cheio de dinossauros. A trilha sonora, montagem, fotografia e edição de som são elogiáveis. Ou seja, o filme em questões de qualidade técnica não tem do que reclamar, sendo mais um bom exemplar da saga. Méritos da boa direção de Johnston que sabe extrair o elemento aventura, nostalgia e diversão do enredo com competência.  






Porém, o roteiro é o mais fraco de toda a saga, já que fica nítido que o que importa nesse filme não é a trama, mas sim o visual e as sequências de ação. Não existe uma história forte. Cada nova ação da narrativa é apenas uma desculpa para fazer com que os personagens corram pelas suas vidas ameaçadas pelas feras. Não tem como ignorar também a quantidade de absurdos e furos no roteiro, com acontecimentos que testam a paciência do espectador. Se for para ignorar isso em  prol do entretenimento, é possível se divertir com tamanhos absurdos narrativos, que não são poucos. Porém, para quem não tem paciência, vai se pegar virando o olho em vários momentos. 

Com exceção do Dr. Grant, que nos deixa felizes e nostálgicos pelo retorno do personagem e pela boa atuação do ótimo Sam Neill, e a pequena participação da Dra Ellie Satller da talentosa Laura Dern, todos os demais personagens são desinteressantes. Téa Leoni é uma boa atriz, mas traz uma personagem tão surtada e chata que torcemos a todo instante para que ela seja devorada por um dinossauro. Nem a beleza e dedicação da atriz salvam a irritante personagem. William H. Macy é um completo bobalhão, não tendo a mínima ideia do que fazer. Juntos formam um dos casais mais insuportáveis do cinema. Alessandro Nivona e Michael Jeter nada tem a oferecer a trama. Muito menos Trevor Morgan que faz parte de um dos citados furos de roteiro que testam nossa inteligência. O Dr. Grant e a Dra Satller funcionam, na medida do possível, porque já os conhecemos do ótimo primeiro filme. Já o restante, não dá. 





''Jurassic Park 3'' tem sim seus momentos divertidos de puro entretenimento Blockbuster. Para quem espera uma aventura cheia de ação envolvendo dinossauros e humanos, pode encontrar aqui uma boa opção de diversão. Porém, a história fraca, se comparado aos dois primeiros filmes, e a falta de química e carisma dos novos personagens não salvam o longa de ser o capítulo mais fraco da franquia. Como sessão pipoca, vale a pena conferir. Mas se for para comparar com os dois filmes dirigidos por Steven Spielberg, o longa fica bem abaixo. Ainda sim, vale a sessão pelo visual incrível, as divertidas cenas de ação, o clima tenso e a boa direção de Joe Johnston, além dos dinossauros bem legais que aparecem durante a trama. 

Nota: ★★★★★★ 6 



JURASSIC WORLD: O MUNDO DOS DINOSSAUROS (JURASSIC WORLD - 2015) - Aventura/suspense/ficção Científica, 124 Minutos. / DIREÇÃO: Colin Treverrow. - ELENCO: Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Nick Robinson, Ty Simpkins, Irrfan Khan, Katie McGrath, Lauren Lapkus, Jake Johnson, Vincent D'Onofrio, Judy Greer, BD Wong, Omar Sy. CLASSIFICAÇÃO: 12 Anos. NOTA NO ROTTEN TOMATOES: 70%



O novo parque de diversões conhecido como ''Jurassic Word'', abrigando várias espécies de dinossauros está aberto ao público do mundo inteiro. Construído na Ilha Nublar, na Costa Rica, fica exatamente no mesmo local onde 22 anos antes, o ''Jurassic Park'' foi levantado e quase inaugurado, mas foi completamente devastado. A dupla de irmãos Zach (Nick Robinson) e Gray (Ty Simpkins) decidem passar um fim de semana na atração. O que prometia ser um passeio alegre e divertido se transforma em um verdadeiro pesadelo quando um novo dinossauro híbrido altamente inteligente e assustador foge das instalações de segurança, colocando em risco a vida de todos os visitantes, incluindo os irmãos. Isso faz com que sua tia e funcionária do Jurassic World Claire Dearing (Bryce Dallas Howard) peça ajuda ao domador de Velociraptores Owen Grady (Chris Pratt) para salvá-los, ao mesmo tempo que tentam descobrir como deter o terrível animal, que não demora a se mostrar como uma verdadeira máquina de matar. 







14 anos depois do lançamento de '' Jurassic Park 3'', que encerrou a primeira trilogia de maneira morna, mas com sucesso, a Universal decidiu revisitar a franquia com esse filme de 2015. Dessa vez dirigido por Colin Treverrow, o filme não ignora os acontecimentos dos dois últimos filmes da saga, mas procura ser uma sequência direta do primeiro longa de 1993. A prova disso é as várias referências, homenagens e fã-services relacionados ao filme que começou tudo dirigido por Steven Spielberg, que aqui, assim como foi no terceiro capítulo, ocupa o cargo de produtor executivo. Embora não supere a aclamada e premiada super produção de 93 em questões de criatividade, inovação e história, ''Jurassic World'' merece elogios por ser nostálgico, referencial e sem desrespeitar esse universo criado por Michael Crichton e Steven Spielberg. De fato, o longa nos traz de volta aquele sentimento mágico e envolvente de poder retornar ao mundo fantástico dos dinossauros mais realistas e assustadores do cinema, e faz isso muito bem, com uma trama que diverte, assusta e envolve o público. 

O filme também se destaca pelos belos efeitos visuais. Mesmo que conte em sua maioria com dinossauros inteiramente criados por computação gráfica, tendo apenas uma cena, pelo que me recordo, que faz uso de seres animatrônicos, o resultado convence de maneira satisfatória, especialmente no que diz respeito a criação da terrível Indominus Rex. Seu visual e presença são muito bons e ameaçador, fazendo dela uma criatura que impõe medo e imponência. Tudo o que envolve o Jurassic World também funciona, sendo fácil acreditar que esse fascinante lugar realmente pudesse existir. Colin Treverrow apresenta uma boa direção, tanto nas sequências de ação e tensão quanto na condução da trama e seus personagens e também do elenco.  






O elenco conta com boa performance de Chris Pratt. Seu personagem é um dos mais interessantes e o carisma do ator segura sua presença em cena. Bryce Dallas Howard, além da beleza, é também uma boa atriz, mas ela é menos interessante em cena do que Chris Pratt. Não é culpa da atriz, que se esforça para entregar um bom trabalho, mas sim do roteiro que não desenvolve sua personagem o suficiente para nos importarmos mais. Mesmo assim, ela está operante. A dupla de irmãos vivida pelos jovens Nick Robinson e Ty Simpkins também convence pouco. Até nos importamos com eles e com sua situação, graças a cumplicidade e amizade entre eles. Porém, em questões de interpretação, ambos não trazem nada memorável. O saudoso Irrfan Khan e o talentoso Omar Sy não tem muito o que fazer com seus personagens, assim como BD Wong, que está na história apenas para servir como mais um dos elementos nostálgicos do filme. Um coadjuvante se destaca, sendo esse o divertido Jake Johnson com seu sarcasmo e humor que em sua maioria funcionam. Por último temos Vincent D'Onofrio como um antagonista caricato, estereotipado e superficial e com uma motivação clichê. 

''Jurassic World'' está longe de superar o clássico filme de 1993. Porém, é nostálgico, divertido, empolgante e com um visual de encher os olhos. Pode não ser perfeito, mas cumpre aquilo que se propõe a ser: um entretenimento pipoca de qualidade para reunir a família ou os amigos.

Nota: ★★★★★★★★ 8



JURASSIC WORLD 2: REINO AMEAÇADO (JURASSIC WORLD: FALLEN KINGDOM - 2018) - Ação/Aventura/Ficção Científica, 128 Minutos. / DIREÇÃO: J.A Bayona. - ELENCO: Bryce Dallas Howard, Chris Pratt, Jeff Goldblum, Daniella Pineda, Justice Smith, Isabella Sermon, BD Wong, James Cromwell, Rafe Spall, Toby Jones, Ted Levine, Geraldine Chaplin. CLASSIFICAÇÃO: 12 Anos. NOTA NO ROTTEN TOMATOES: 47%



Três anos se passaram desde os acontecimentos catastróficos no Jurassic World. Os animais do parque agora vivem livres para irem onde quiser. Porém, sua existência é ameaçada quando um gigantesco vulcão na Ilha Nublar entra em erupção, ameaçando fazer com que os dinossauros sejam novamente extintos. Tentando impedir que tal catástrofe venha acontecer, Claire Dearing (Bryce Dallas Howard), ex-funcionária do Jurassic World, pede ajuda a Owen Grady (Chris Pratt), um antigo domador de Velociraptores, para irem até o local e salvar quantas espécies eles puderem. Porém, ao chegarem lá, acabam descobrindo uma conspiração sombria cujo o propósito é usar os dinossauros para algo assustador. 






O primeiro ''Jurassic World'' de 2015 é um filme divertido e cheio de referências e homenagens ao primeiro longa de 1993, usando e abusando da nostalgia dos fãs. Já nesse ''Jurassic World: Reino Ameaçado'', o diretor J.A Bayona entrega dois filmes em um. A primeira parte do longa é uma aventura épica de sobrevivência trazendo todos os elementos típicos da franquia. No geral, lembra até mesmo a trama de ''O mundo Perdido: Jurassic Park'' de 1997.  Ou seja, nada realmente inovador, porém, tudo muito bem feito e bem divertido, entregando exatamente aquilo que os fãs esperam de um filme da saga ''Jurassic Park''. Já na segunda parte, Bayona traz algo até então diferente do que já tínhamos visto na franquia: um filme de terror e suspense com dinossauros, com direito a cenas carregadas de tensão, sustos e violência. O melhor de tudo é que essa mistura de gêneros realmente funciona, deixando de lado o clima mais leve, divertido e nostálgico do filme de 2015 para dar espaço a algo mais sério e sombrio. Claro que o humor ainda existe e as referências aparecem em um momento ou outro. Mas o filme possui uma carga mais dramática, sombria e assustadora que seu antecessor. O resultado disso é um dos melhores filmes da franquia, ficando atrás apenas do primeiro filme de 1993 dirigido por Steven Spielberg. 

Em relação ao filme de 2015, ''Reino Ameaçado'' também é superior, pois conta com efeitos visuais mais aprimorados e mais realistas. Os dinossauros tem mais peso e camadas, méritos também do uso mais constante de animatrônico, o que dá a essas criaturas fascinantes a sensação de mais vivacidade e presença. Não que isso não esteja presente no ''Jurassic World'' de 2015, mas naquele filme, todas os dinossauros foram inteiramente criados em CGI. Já aqui, poder ver mais efeitos práticos, traz imediatamente a lembrança do primeiro ''Jurassic Park'', que continua sendo insuperável até hoje. J.A Bayona é extremamente competente na direção, onde cada elemento e cada momento é bem conduzido e bem inserido dentro do filme. ''Reino ameaçado'' é também o filme mais emocional e sensível da franquia, além de resgatar temas como arrogância, cobiça e o desrespeito do homem pela vida e pela natureza e os animais. Todos os filmes anteriores contavam isso, mas essa discussão até então só teve maior aprofundamento no filme de 1993.






 
Bryce Dallas Howard e Chris Pratt retornam aos seus personagens que tiveram seus bons momentos no filme anterior, mas aqui, o roteiro os desenvolve melhor. Bryce é a mais beneficiada pois sua personagem traz uma boa evolução e tem mais presença em cena. Em questões de atuação, ela esta superior se comparado ao filme de 2015. Chris Pratt mantém o carisma de sempre e seu personagem está mais heroico do que antes. Já o resto do elenco tem seus altos e baixos, mas seguram as pontas, mesmo apresentando personagens clichês e pouco inovadores. Porém, merece a atenção a pequena Isabella Sermon, cuja trama traz uma surpresa inesperada para sua personagem e para o público nos momentos finais. Apelando para a nostalgia e alegria dos fãs mais antigos, a pequena participação de Jeff Goldblum como o icônico Dr. Ian Malcoln desperta curiosidade e ansiedade para o terceiro filme da trilogia ''Jurassic World'' que trará a maior parte do elenco clássico, incluindo as presenças de Sam Neill (Dr. Alan Grant) e Laura Dern (Dra Ellie Sattler. 

''Jurassic World: Reino ameaçado'' tem uma mistura muito legal de gêneros e mesmo que não seja totalmente inovador, traz ideias e conceitos interessantes para dentro da franquia. Com um visual arrebatador e uma direção competente e talentosa, o longa deixa um gancho interessante para o próximo filme. Ainda não supera o clássico de 1993, mas consegue ser um filme tão bom quanto, superando seu antecessor e sendo um dos melhores filmes da franquia ''Jurassic Park''. 

Nota: ★★★★★★★★★ 9



Ramking da franquia ''Jurassic Park'' do pior para o melhor: 


Em 5° lugar: JURASSIC PARK 3 (2001) - Nota: 6

Em 4° Lugar: O MUNDO PERDIDO: JURASSIC PARK (1997) - Nota: 7

Em 3° Lugar: JURASSIC WORLD: O MUNDO DOS DINOSSAUROS (2015) - Nota: 8

Em 2° Lugar: JURASSIC WORLD 2: REINO AMEAÇADO (2018) - Nota: 9

Em 1° Lugar: JURASSIC PARK: O PARQUE DOS DINOSSAUROS (1993) - Nota: 10


Curiosidades: 

* O primeiro ''Jurassic Park'' de 1993 dirigido por Steven Spielberg foi um grande sucesso de público e crítica, vencendo 4 Oscar e arrecadando mais de 900 Milhões em bilheteria mundial, permanecendo no topo durante quatro anos, até ser superado em 1997 por ''Titanic'' de James Cameron. 

* Michael Chrichton, autor do livro que deu origem ao primeiro filme não planejava uma sequência para a história. Mas, devido ao sucesso comercial crítico de livro e filme, ele foi pressionado não apenas pelos fãs mas também pelo próprio Steven Spielberg para escrever uma segunda história. Publicado em 1995, ''The Lost World'' foi um sucesso literário. E mesmo que o segundo filme tenha recebido críticas mistas, ele foi o segundo filme mais rentável de 1997, ficando atrás apenas de ''Titanic''

* ''Jurassic Park 3'' é o primeiro filme da saga cujo o roteiro não é baseado em um livro de Michael Chrichton. Ele apenas contém algumas cenas e personagens que estão presente nos dois livros escritos pelo autor, mas a história do filme não foi escrita por ele. Além disso, foi o primeiro filme da franquia sem ser dirigido por Steven Spielberg, que a partir desse, ocupou o cargo de produtor executivo. Joe Johnston sempre demonstrou interesse em dirigir um filme da franquia. Steven Spielberg, seu amigo, disse que ele poderia dirigir se um dia fosse produzido um terceiro filme. Dito e feito, Johnston, que mais tarde seria o responsável por comandar ''Capitão américa: o primeiro vingador'' para a Marvel Studio em 2011, ocupou a cadeira de diretor. 

* ''Jurassic World'' de 2015 foi o segundo filme da franquia a ultrapassar a marca de 1 Bilhão nas bilheterias mundiais. O primeiro ''Jurassic Park'' conseguiu essa marca depois do seu relançamento convertido para o 3D em 2013, 20 anos depois de estrear  nos cinemas. Steven Spielberg, de início, não aprovou a ideia de mudarem o nome da franquia para ''Jurassic World''. Só depois de muita insistência dos realizadores é que ele finalmente concordou. 

* ''Jurassic World: Reino ameaçado'' conseguiu o feito de ser o terceiro capítulo da franquia, até o momento, a alcançar a marca de 1 Bilhão nas bilheterias do mundo todo. Juntando os cinco filmes, a arrecadação total da saga ''Jurassic Park'' ultrapassa os 5 Bilhões, o que pode mudar com o lançamento do sexto capítulo da franquia e o terceiro da trilogia ''Jurassic World''. ''Jurassic World: Domínio'' tem previsão para estrear em junho de 2022, contando mais uma vez com a direção de Colin Treverrow (Jurassic World: O mundo dos dinossauros) e com a produção executiva de Steven Spielberg. 







Espero que tenham gostado, meus queridos! Um grande abraço e até a próxima! Não esqueçam de compartilhar para os amigos essa matéria especial! 






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