Love, Death & Robots (Amor, Morte e Robôs - ORIGINAL NETFLIX - 2019) - Análise - Uma das melhores produções da Netflix!
Por: Rudnei Ferreira
Já não é de hoje que animação deixou de ser um entretenimento destinado apenas para o público infantil. Muitos filmes e series em desenho animado são produzidos e criados de adultos para adultos. E mesmo que determinado filme ou série tenha como público alvo as crianças, alguns temas e até mesmo piadas serão melhor compreendidas pelos adultos. Ou seja, nós adultos também temos o total direito de gostar de um bom filme ou série de animação. E pode ter certeza, exemplos de boas produções não faltam, como é o caso da recomendação de hoje aqui no blogue.
''Love, Death & Robots'', que no Brasil foi corretamente traduzida (finalmente) para ''Amor, Morte e Robôs'' despertou a curiosidade de muitos usuários da Netflix quando as primeiras imagens e trailers foram divulgados. Uma série animada totalmente voltada para os adultos, com vários temas, histórias, estilos de animações diferentes e com produção de ninguém menos que a dupla Tim Miller (''Deadpool'', ''O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio'') e David Fincher (''Clube da Luta'' e ''Seven: Os Sete Crimes Capitais'') prometia ser uma das grandes aposta da plataforma de Streaming para ano de 2019. E para a minha alegria a série, que atualmente conta com duas ótimas temporadas, me surpreendeu positivamente e rapidamente se tornou para mim uma das melhores coisas que já apareceram na Netflix, que como sabemos, é cheia de conteúdo que oscila entre o muito bom e o muito ruim. Felizmente, e bota felizmente nisso, ''Love, Death & Robots'' é um dos seus grandes acertos.
''Love, Death & Robots'' é uma antologia animada, cheia de histórias paralelas e realidades alternativas, cuja as histórias contadas carregam principalmente esses três temas: Amor, Morte e Robôs. Com criaturas aterrorizantes, acontecimentos surpreendentes e até mesmo bizarros e muito humor ácido, prepare-se para uma viagem alucinante, intensa e incomum.
Ao longo dos seus episódios, a série apresenta para o público várias histórias, cada uma delas se passando dentro do seu próprio universo. São episódios de curta duração, entre 10 e 18 minutos, mas com roteiros muito bem amarrados que tem início, meio e fim. E pode ter certeza, não deve ser nada fácil construir uma narrativa de três atos que funcione tão bem em um curto período de tempo. Felizmente, todos os episódios e suas histórias funcionam perfeitamente bem dentro de suas propostas. É claro que alguns episódios se destacam mais do que outros, mas em um contexto geral, todas as histórias contadas tem o poder de prender a nossa atenção e manter o nosso interesse até o fim. São 26 episódios, até agora, que misturam gêneros como ação, ficção científica, fantasia, terror, suspense, erotismo e humor ácido, além de temas relevantes e provocativos como culpa, medo, violência e questões sociais. Com a mistura muito bem elaborada de vários gêneros, é possível ainda encontrar referências a grandes obras cinematográficas como ''Blade Runner'', ''O Exterminador do Futuro'', ''Star Wars'', ''Alien'' e clássicos do Western do saudoso diretor italiano Sergio Leone. Mesmo bem amarrados, alguns episódios terminam de maneira bombástica e inesperada, deixando um misto de incredulidade e surpresa no espectador. É o famoso final ''WHAT THE FUCK!''
Embora conte com histórias interessantes, narrativa envolvente e um bom ritmo, muitos irão se interessar em conferir a série por causa do seu visual. Pois bem, ''Love, Death & Robots'' é um verdadeiro deleite para os amantes de produções animadas, já que a cada episódio um novo estilo de animação é apresentado. E a qualidade é realmente chamativa e surpreendente, indo desde a típica animação 2D tradicional que fez parte de muitos filmes clássicos da Disney, passando por traços mais minimalistas e cartunesco, também nas animações 3D no melhor estilo da Pixar, até aquelas computadorizadas ultra realistas, cuja a riqueza nos detalhes é tão impressionante que chegamos a questionar se não estamos vendo atores de verdade ao invés de desenho animado. Somente um episódio traz atores reais, cujo um dos protagonistas é o ator Topher Grace. Em todos esses casos, o cuidado visual é fantástico, sendo que o comprometimento dos animadores em entregar um ótimo trabalho é muito perceptível. É claro que isso também demonstra que a Netflix investiu pesado em questões de orçamento, o que contribui para qualidade visual da produção.
Como já foi citado acima, ''Love, Death & Robots'' embora seja uma série animada, é completamente voltada para adultos. Dependendo do episódio, o espectador vai encontrar bastante violência gráfica com direito a muito sangue, mutilações e outros ferimentos graves, além de sexo e várias cenas de nudez, principalmente a nudez feminina. Praticamente em todos os episódios, até aqueles com um visual mais infantilizado, os diálogos são cheios de palavrões e linguagem adulta, além de situações bem politicamente incorretas. Concluindo, se o seu filho é menor de idade, a melhor opção para ele são os filmes animados da Disney e da Pixar e não essa série, a não ser que você queira traumatizá-lo com as cenas fortes ou que ele comece a lhe fazer uma série de perguntas embaraçosas. Portanto, seja responsável. Já para você que é adulto, a série pode lhe ser um ótimo entretenimento.
No elenco de vozes originais, temos uma leva de talentosos atores e dubladores, incluindo nomes famosos como Michael B. Jordan e o já mencionado Topher Grace. Ver os episódios no idioma original realça ainda mais a experiência que é assistir a essa brilhante produção. Lembrando, não desmerecendo o trabalho de qualquer dublador brasileiro. Mas como assisti aos episódios com as vozes originais, recomendo fortemente que façam o mesmo.
''Love, Death & Robots'' é um presente para os amantes de animações, sendo provavelmente uma das melhores produções com o selo Netflix de qualidade. Inteligente, contemplativa, inovadora, cheia de mistura de gêneros, algumas boas referências cinematográficas e muita criatividade, a série deixa um saldo extremante positiva. E mesmo que nem todos os episódios tenham a mesma pegada, dependendo do seu ponto de vista é claro, vale muito a pena viver essa experiência. Tim Miller e David Fincher estão de parabéns.
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