PÂNICO 2 (1997) - ANÁLISE - TÃO BOM E DIVERTIDO QUANTO SEU ANTECESSOR!




 Por: Rudnei Ferreira


Em 1996, Wes Craven, famoso por grandes obras dentro do terror como a franquia ''A Hora do Pesadelo'' dirigiu ''Pânico'', um terror divertido e assustador, cheio de referências aos maiores sucessos do gênero, utilizando seus clichês de maneira proposital em favor da trama. O longa fez imenso sucesso entre os fãs do terror Slasher e também entre os críticos, tornando-se um verdadeiro clássico do cinema, dando origem à uma das franquias mais legais e inteligentes do gênero. 

Devido ao sucesso, um ano depois, Craven deu sequência aos acontecimentos vistos no primeiro filme. O resultado foi positivo e ''Pânico 2'' repetiu o sucesso do longa anterior, mantendo sua inteligência e sendo um filme tão legal e divertido quanto. 




 

A história de ''Pânico 2'' se passa um ano depois dos terríveis acontecimentos na pequena cidade de Woodsboro, onde o assassino Ghostface deixou um rastro de morte por onde passou. Sidney Prescott (Neve Campbell), Gale (Courteney Cox), Dewey (David Arquette) e Randy (Jamie Kennedy), os sobreviventes do trágico acontecimento procuram esquecer os traumas do passado e seguir com suas vidas em outra cidade. Porém, uma nova onda de assassinatos colocam a vida de Sidney em risco, obrigando a jovem a confrontar mais uma vez o psicopata com máscara de fantasma. 





''Pânico 2'' segue a mesma fórmula do seu antecessor, tanto na premissa quanto nas semelhanças do roteiro. Enquanto o filme de 1996 trazia um terror cheio de suspense e mistérios, fazendo homenagem aos maiores clássicos do gênero, o enredo desse segundo filme tem como tema as sequências cinematográficas de grandes sucessos do cinema, questionando quais dessas sequências são tão boas quanto o filme original. Sendo assim, na mesma pegada do longa anterior,  o filme cita grandes obras desde ''O exterminador do futuro'' até ''O poderoso chefão''. O mais legal é que o longa já é a sequência de um filme. Portanto, o roteiro, de maneira inteligente, se inclui dentro desse questionamento, deixando para o espectador decidir se ''Pânico 2'' também é um filme tão bom quanto o original. Uma jogada criativa e esperta, contando mais uma vez com a direção competente do saudoso Wes Craven. Exatamente como o primeiro filme, ''Pânico 2'' é inteligente, contando uma boa trama de terror e parodiando os clichês que são propositalmente apresentados na trama. Assim como as regras do terror que são apresentadas de maneira bem divertida no primeiro filme, aqui é citado as regras que compõem a fórmula de uma sequência cinematográfica, de maneira tão divertida e bem bolada quanto. 

O filme também traz uma critica social inteligente sobre a função de atores e atrizes negros no meio cinematográfico. É uma jogada genial de Craven que basicamente alfineta a indústria do cinema pela maneira como atores e atrizes negros são tratados no cinema e como na maioria dos casos, esses atores tem pouca relevância nas produções cinematográficas, cujo seus personagens são meros coadjuvantes ou inseridos para serem os primeiros a morrer, mas quase nunca são escalados para serem os protagonistas de um filme. Essa alfinetada é transmitida nas telas através dos personagens de Jada Pinkett Smith e Duane Martin. Claro que, nos dias de hoje, mesmo que ainda exista o preconceito em Hollywood, é possível encontrar mais filmes onde negros são protagonistas. Mas em 1997, era muito mais difícil e o filme é bem oportuno e inteligente em denunciar isso, mesmo que ainda insira um certo humor e, mais uma vez um clichê proposital para denunciar isso. 



 



Wes Craven mantém a mesma pegada na maneira como dirige o filme. Ele sabe criar uma boa atmosfera de terror e suspense, com cenas dignas de alguns sustos bem elaborados, mesmo clichês. Mas, como já citado, são clichês que são propositalmente presentes na história. O humor do filme continua funcionando e é inserido nos momentos certos, ajudando a aliviar a tensão da obra. Apesar disso, o diretor entrega uma sequência muito bem escrita e bem dirigida. Trata-se da cena do carro, onde esse pequeno momento de uns 10 minutos de duração é incrivelmente tenso e agoniante. A trilha sonora completa momentos como esses e a montagem ajuda no clima e nas sequências de terror. 

A maior parte do elenco original está de volta, com destaque para Neve Campbell que mais uma vez se entrega à sua Sidney Prescott e continua convencendo com os dramas da protagonista. Os novos membros do elenco incluem Liev Schreiber, que tinha feito uma participação mínima no filme anterior e aqui tem mais o que fazer em cena, Jada Pinkett Smith, em uma sequência genial logo no início do filme, Timothy Olyphant, Jerry O'Connell, Laurie Metcall e Elise Neal. Vale a pena mencionar a pequena participação da nossa eterna ''Buffy: a caça vampiros'', Sarah Michelle Gellar, cuja seu momento em cena faz referências a clássica cena protagonizada por Drew Berrymore no filme anterior. O elenco está ótimo e seus personagens são muito bons, especialmente os heróis, que possuem o suficiente para que nós, o espectador, se importe com cada um deles. 




''Pânico 2'' mantém a pegada, a inteligência e a qualidade do seu antecessor em um filme tão assustador e divertido quanto. Ghostface se mantém como um dos vilões mais icônicos do cinema e esse segundo capítulo consegue ser um dos melhores da franquia criada por Wes Craven. 

Nota: ★★★★★★★★★ 9



PÂNICO 2 (SCREAM 2 - 1997) - Terror Slasher/Suspense, 122 Minutos. / DIREÇÃO: Wes Craven. - ELENCO: Neve Campbell, Courteney Cox, David Arquette, Sarah Michelle Gellar, Liev Schreiber, Jada Pinkett Smith, Timothy Olyphant, Jamie Kennedy, Jerry O'Connell, Laurie Metcalf, Elise Neal, Duane Martin. CLASSIFICAÇÃO: 14 Anos. 

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