HARRIET (2019) - ANÁLISE - UMA INSPIRADORA HISTÓRIA DE CORAGEM, DRAMA E FÉ!


 

Por: Rudnei Ferreira


Harriet Tubman foi sem dúvida uma das grandes figuras que fazem parte da história. Nascida em 1822, em pleno período da escravidão, foi uma ativista e abolicionista americana. Nasceu escrava, mas conseguiu ganhar sua liberdade, e desde então lutou contra a escravidão e a favor da liberdade de seus companheiros negros. Durante a Guerra Civil Americana, serviu como batedora armada e espiã, tendo grande importância. A história de vida dessa notável mulher pode ser conferida em ''Harriet'', cinebiografia dirigida por Kasi Lemmons, estrelada pela atriz e cantora Cynthia Erivo e indicada ao Oscar de Melhor Atriz e Melhor Canção Original. 



O filme se passa no século 19, no período da Guerra Civil Americana. Harriet Tubman (Cynthia Erivo) é uma ex-escrava que consegue fugir das maldades de seu dono (Joe Alwyn) e acaba ganhando sua liberdade ao chegar na Califórnia. depois de se tornar uma mulher livre, Harriet decide liderar uma série de missões com o propósito de libertar outros negros da escravidão. Tais feitos transformaram a jovem negra em um símbolo de liberdade e esperança, colocando seu nome na história da humanidade e sua história servindo de inspiração para muitos. 




Ao contrário de outras produções cinematográficas que tem como tema a vergonhosa época da escravidão, ''Harriet'' não é um filme que faz uso de muitas cenas fortes e chocantes, mesmo que ainda possua uma certa violência, como no caso de uma cena envolvendo a personagem de Janelle Monáe . Porém, é um filme que deixa sua mensagem bem clara, trazendo reflexões sobre esse absurdo que foi a escravidão, algo que mancha vergonhosamente a história da humanidade. A história de Harriet é inspiradora e até mesmo fantástica e ao mesmo tempo nos apresenta uma jornada de coragem, determinação e fé, mostrando a trajetória dessa mulher incrível que liderou muitas missões, libertando centenas de escravos. O roteiro traz uma imagem misteriosa e até mesmo mística em torno da personagem, mas sem deixar de lado a importância de sua figura emblemática. Independente de  até que ponto o longa consegue ser fiel aos acontecimentos reais envolvendo a protagonista, fica muito fácil se interessar pela personagem depois, ao ponto de ter curiosidade de pesquisar e saber mais sobre Harriet Tubman. 




A direção de Kasi Lemmons possui sensibilidade para contar a jornada da personagem, enaltecendo a sua imagem. Assim como foi o caso de Patty Jenkis em ''Mulher Maravilha'', ter uma mulher no comando da história protagonizada por outra mulher faz toda a diferença, pois talvez um diretor homem, mesmo fazendo um bom trabalho, não teria a mesma sensibilidade. Kasi sabe muito bem o que mostrar e o que apenas sugerir. Ela nos transmite bem tudo o que os escravos eram obrigados a passar nas mãos dos seus senhores, além das opiniões e pensamentos preconceituosos em relação aos negros que eram comuns e aceitáveis na época. Porém, a diretora é sutil e procura não ridicularizar ou expor demais, evitando extrapolar no conteúdo chocante, diferente de outras obras igualmente excelentes, porém mais pesadas, como ''12 anos de escravidão''. 

O filme passa bem a imagem de ser um drama de época histórico, com uma cinematografia que explora bem os elementos que dão essa sensação como os figurinos e o design de produção que traz uma competente reconstituição de época. A trilha sonora traz canções que conversam com as situações do roteiro e muitas vezes funcionam como exposição de sentimentos e emoções. As atuações, em um contexto geral, são competentes. 




Cynthia Erivo é a alma do filme e brilha em cada cena que aparece. Ela nos transmite muito bem a imagem de uma mulher marcada pelo sofrimento, mas extremamente forte e decidida. Sua personalidade forte se completa com seus diálogos e frases de efeito que, mesmo familiares, são marcantes e possuem peso. Além de segurar bem o seu protagonismo, sua voz doce e imponente as vezes tem muito a dizer através das canções que interpreta em momentos pontuais do longa. Pequena no tamanho, mas gigante no talento. Joe Alwyn, por outro lado, é o estereotipo típico de um senhor de escravos, mas, na medida do possível, cumpre bem seu papel como o principal vilão da história. O resto do elenco de apoio se sai bem, com destaque para a ótima Janelle Monáe. Mesmo com uma participação pequena, ela deixa registrada sua presença.



''Harriet'' é um filme correto e cheio de representatividade, forte em sua mensagem inspiradora e um bonito tributo à essa mulher forte e admirável, cuja principal missão foi tentar fazer do mundo um lugar melhor para si e para aqueles que se importava. São histórias de pessoas assim que precisamos para manter nossa fé e para continuar acreditando que o mundo talvez ainda possa ter salvação.

Nota: 🌟🌟🌟🌟🌟🌟🌟🌟 8 



HARRIET (2019) - Drama, 125 Minutos. / DIREÇÃO: Kasi Lemmons. - ELENCO: Cynthia Erivo, Leslie Odom Jr. , Joe Alwyn, Janelle Monáe. CLASSIFICAÇÃO: 14 Anos. 





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